domingo, 27 de março de 2011

O Declínio

Pode-se dizer que em Portugal, na 2º metade do séc.XVI,  a empresa dos descobrimentos entrou em crise por várias razões. Como o Império era disperso e extenso era difícil haver uma boa administração deste. Além disso, havia falta de gente e de dinheiro a adicionar à corrupção dos funcionários. As fortalezas foram-se perdendo com os constantes ataques de corsários e piratas.
Portugal afundou-se em dívidas pois seguia uma estratégia com muitos riscos: pedia grandes quantias para financiar as excursões à Índia e para comprar mercadorias para vender na Europa, mas as naus sobrecarregadas ficavam expostas a assaltos e naufrágios.
A adopção da doutrina "mare liberum" fez surgir novos povos no mar especificamente Holandeses, Ingleses e Franceses que se tornaram grandes potências no comércio colonial e posse de terras. Para finalizar, a "Rota do Levante" reanimou e aumentou a concorrência aos produtos orientais que Portugal trazia por mar.

  

sábado, 26 de março de 2011

Os Protagonistas



Rei D. João I (cognome: o de boa memória)

D. João I, também conhecido como mestre de Avis, nasceu em 1358 e morreu em 1433. Foi o primeiro rei da Dinastia de Avis, e ficou célebre na história ao assegurar a independência de Portugal vencendo os Castelhanos na Batalha de Aljubarrota. Foi no seu reinado em que se iniciou a empresa dos descobrimentos com a conquista de Ceuta em 1415, da qual fez parte.










Infante D. Henrique

O Infante D. Henrique nasceu no Porto em 1394 e foi o quinto filho do Rei D. João I. Entre os diferentes cargos que exerceu, ter sido um dos grandes impulsionadores dos descobrimentos Portugueses foi, sem dúvida, aquilo em que mais se destacou. Coube a ele a organização e a coordenação das viagens de exploração da costa Africana e do Oceano Atlântico. Chama-se, portanto, ao período de tempo compreendido entre 1417 e 1460 (data da sua morte) período Henriquino, por ter sido durante este tempo que ele esteve à frente da expansão marítima Portuguesa. Durante o período Henriquino, foi redescoberta a Ilha da Madeira e Porto Santo, descoberto e colonizado o Arquipélago dos Açores, o Cabo do Bojador foi dobrado e as caravelas Portuguesas navegavam já as costas de Serra Leoa.

Gil Eanes

Gil Eanes foi um importante navegador Português que ficou conhecido por ter sido o primeiro a dobrar o Cabo Bojador em 1434 a pedido do Infante D. Henrique.











Rei D. Afonso V (cognome: o Africano)

D. Afonso V nasceu a 1432 e morreu em 1481. O seu reinado durou 33 anos e foi o terceiro rei da Dinastia de Avis. O seu cognome está relacionado com as expedições militares no norte de África. Ao contrário do seu precedente, investiu em conquistas no norte de África invés duma política expansionista. Conquistou Tânger, Arzila e Alcácer-Ceguer, as quais eram praças norte Africanas. O objectivo era não deixar Ceuta isolada. No seu reinado foi também assinado o contrato de 5 anos (1469 - 1474) com o mercador Fernão Gomes para que os descobrimentos não fossem deixados de parte. 






Fernão Gomes

Fernão Gomes foi um rico mercador de Lisboa que ficou conhecido na história por ter feito um contrato com a coroa D. Afonso V. O contrato consistia na exploração ocidental Africana percorrendo 100 léguas para sul e pagando 200 mil réis ao rei anualmente. Durante os 5 anos que durou o contrato (1469 - 1474), Fernão Gomes e os seus navegadores descobriram as ilhas de São Tomé e Príncipe e chegaram até ao Cabo de Santa Catarina.

Rei D. João II (cognome: o Príncipe Perfeito)

D. João II nasceu em 1455 e morreu em 1495. Desde cedo interessou-se na empresa dos descobrimentos. Em 1474, no fim do contrato com Fernão Gomes, ele mesmo responsabilizou-se pelas viagens de exploração da costa ocidental Africana e logo traçou um novo objectivo: chegar à Índia por mar através de uma passagem pelo oceano Índico. Nesse âmbito, enviou Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã em viagens terrestres para avaliar a possibilidade de alcançar a Índia via marítima. Para além disso, organizou viagens no oceano Atlântico para a concretização do mesmo feito. Muitos foram os navios que naufragaram por acção das rochas e correntes marítimas que formavam o terrível Adamastor.  No entanto, em 1488, Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas no extremo sul de África descobrindo uma passagem para o Índico.
Em 1494, assina com Castela o Tratado de Tordesilhas. Um tratado que reflectia a rivalidade Luso-Castelhana e as suas políticas de sigilo: as descobertas não eram reveladas entre os dois reinos. Mas, por vezes, eram encontrados espiões em ambos os reinos. No tratado foi determinado que a área de influência Portuguesa estaria até 370 léguas para ocidente de Cabo Verde. Seriam portanto as Antilhas terra Castelhana (que estes pensavam ser a costa da Ásia), e Portugal assegurava o seu projecto principal: manter a Índia como sua e quiçá o Brasil...

Bartolomeu Dias

Bartolomeu Dias nasceu a 1450. Foi um dos navegadores chave de D.João II para a descoberta de uma passagem via marítima para o Oceano Índico.
Em 1488 conseguiu dobrar o Cabo das Tormentas acabando por fim a lenda do Adamastor. Foi atribuído a este cabo o nome de Boa Esperança por que abriu grandes expectativas à concretização do "Plano das Índias" lançado por D. João II.
Curiosamente, Bartolomeu Dias morreu num naufrágio no Cabo em que dobrou, na expedição de Pedro Álvares Cabral.






Vasco da Gama

Vasco da Gama nasceu em Sines por volta de 1460. Ficou conhecido por descobrir o caminho marítimo para a Índia em 1498 concretizando assim o sonho do falecido D. João II (este grande feito decorreu no reinado de D. Manuel I que lhe concedeu o título de Dom depois de ter chegado da Índia). Quando Vasco da Gama lá chegou concluiu que os Indianos não comercializavam com os Portugueses facilmente.
Nos finais da sua vida e graças ao seu conhecimento militar, Vasco da Gama tornou-se Vice Rei da Índia. Morreu a 1524 em território Indiano.






Vice-Rei Francisco de Almeida

D. Francisco de Almeida nasceu em 1450 e foi o primeiro Vice-Rei da Índia. Governou a Índia desde 1505 até 1509 e morreu em 1510.
A sua política baseava-se na centralização do poder no mar apoiado por algumas fortalezas em terra. Nos finais da sua vida procurou a vingança da morte do seu filho.













Vice-Rei Afonso de Albuquerque

Afonso de Albuquerque nasceu em 1453 e foi o segundo Vice-Rei da Índia. O seu reinado começou em 1509 e terminou com a sua morte. Ao contrário do seu precedente D. Francisco de Almeida adoptou uma política de pontos estratégicos de forma a governar o comércio do Ocenano Índico. Para este efeito conquistou Ormuz, Goa e Malaca, e uma das suas embarcações chegou a descobrir Timor. Foi caracterizado como sendo feroz em batalhas e possuir genialidade militar.










Pedro Álvares Cabral

Pedro Álvares Cabral nasceu em 1467 ou 1468 e morreu em 1520, ficou conhecido por ter descoberto o Brasil. Em 1500 partiu de Lisboa Álvares Cabral e a sua frota de 13 navios com rumo à Índia com o objectivo de estabelecer relações comerciais com os indianos. No entanto, quando passava por Cabo Verde as embarcações desviaram-se e aportaram no Brasil. Não se sabe se foi propositado ou se foi ao acaso, a verdade é que a carta de Pero Vaz Caminha (o escrivão da embarcação) não mostrou muito espanto sobre este local e quem o habitava. Ao Brasil foi-lhe primeiramente atribuído o nome de Terra de Vera Cruz só mudando de nome mais tarde para Brasil, devido ao pau-brasil característico deste local.

Comércio

África

Durante o período Henriquino (período de tempo em que o Infante D. Henrique esteve à frente da empresa dos descobrimentos), os contactos com a costa ocidental Africana permitiram reacções pacíficas com os negros que nesta habitavam. Ao longo do tempo foram sendo construídas feitorias - armazéns fortificados para melhor desenvolver o comércio nessa zona. Uma das mais importantes era a de São Jorge da Mina, que foi fundada por D. João II.

Exemplos de Trocas Comerciais:
  • Portugueses levam: Espelhos, missangas e bijuterias, panos coloridos, quinquilharias e pontas de vidro.
  • Portugueses trazem: Malagueta, ouro, escravos, marfim e pimenta.

 

Índia

Quando Vasco da Gama chegou a Índia, o comércio dos produtos orientais com a Europa, passou a ser feito através da rota do Cabo (Rota do caminho marítimo para a Índia) que substituía assim a antiga Rota do Levante. Ao se eliminar os intermediários que havia na Rota do Levante, os produtos tornavam-se mais baratos para os Europeus.
  • Portugueses levam: Ouro, prata, cobre, chumbo e produtos Europeus.
  • Portugueses trazem: Especiarias, porcelanas chinesas, sedas, aloe vera, perfumes, madeiras exóticas, tapetes e pedras preciosas.
   


Brasil

O Brasil começou a ser governado pelo sistema de capitanias, mas a rivalidade entre os capitães e os constantes ataques dos índios levaram ao fracasso deste sistema. Com isto, foi instalado um governo geral o qual centralizou e fortaleceu o poder com Tomé de Sousa, o seu primeiro governante.
  • Produtos trazidos: Cana de açúcar, ouro (século XVII), pau-brasil, animais exóticos, café e tabaco.
  

Principais Descobertas



Ceuta

Ceuta era uma cidade situada no Norte de África e dominada pelos Muçulmanos. Foi conquistada pelas tropas portuguesas de D.João I em 1415 no âmbito de solucionar a grave crise económica que se passava em Portugal. Ceuta possui certas características que atraíram Portugal para a sua conquista:
  • Ceuta era um ponto estratégico visto que a partir desta era possível controlar as entradas e saídas do Mar Mediterrâneo;
  • O Algarve deixaria de ser frequentemente  atacado por piratas com base em Ceuta, se Portugal a conquistasse.
  • Ceuta possuía ricos campos de trigo que faltavam a Portugal;
  • Ceuta era um ponto de chegada das rotas caravaneiras muçulmanas carregadas de ouro, especiarias e produtos de luxo.
Contudo, apesar de ter sido um êxito militar, Ceuta não veio resolver os problemas económicos portugueses visto que os tão ambicionados campos de trigo foram queimados, assim como as rotas caravaneiras foram desviadas para outro local não passando por Ceuta. Para além disso, a cidade estava constantemente a ser atacada.

 

Ilha da Madeira e Porto Santo

Foram redescobertas por João Gonçalves, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo entre 1419 e 1420. Devido ao seu clima favorável foi possivel plantar tintureiras e cana-de-açúcar que cedo trouxeram lucro a Portugal.



Arquipélago dos Açores

Entre 1427 e 1452, Diogo de Teive e Diogo de Silves descobriram um extenso arquipélago ao qual chamaram Açores. Tal como aconteceu com o arquipélago da Madeira, os Açores foram também local de refúgio de navios Portugueses em tempestades.


Dobragem do Cabo Bojador

Após várias tentativas não sucedidas, Gil Eanes dobra o Cabo Bojador. A sua passagem revelou que todos os mitos sobre o fim do mundo nesta zona e da existência de monstros marinhos, não passavam de uma lenda.



Exploração do Rio Zaire

Pensa-se que entre 1482 e 1486, Diogo Cão chegou ao Rio Zaire e explorou as costas de Angola.



Dobragem do Cabo das Tormentas

Vários foram os naufrágios que atingiram as embarcações de D. João II. Mas, foi em 1488 que o célebre navegador Bartolomeu Dias conseguiu dobrar o Cabo das Tormentas no extremo sul de África e derrotar o mítico Adamastor. Este grande feito provou que o monstro Adamastor não passava de um rochedo numa zona de fortes correntes marítimas, que os mapas de Ptolomeu estavam errados e que havia uma passagem via marítima para o Oceano Índico. Abriu grandes expectativas de que era possível chegar à India por mar.


Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia

Em 1498, o grande projecto da vida de D. João II foi finalmente realizado: o navegador Vasco da Gama chega à Índia a mando de D. Manuel I.

                                                                  

                                                                                   


Atenção: vídeo de autoria de pbandeirasimoes


Descoberta do Brasil

Pensa-se que em 1500 uma armada de 13 navios rumo à India se terá desviado da rota e terá chegado ao Brasil. Mas terá sido um mero acaso, ou uma descoberta propositada? É posta em causa a hipótese de que Portugal já tivesse conhecido o Brasil visto que no Tratado de Tordesilhas (1494), D. João II insistiu nas 370 léguas a ocidente de Cabo Verde, o que incluia parte do Brasil na zona de influência Portuguesa. Outro indício que o Brasil já fosse conhecido dos Portugueses foi a facto dos relatos da chegada ao Brasil não mostrassem muito espanto. No entanto, nada está verdadeiramente provado.

      

Prioriedade Portuguesa e Instrumentos Náuticos

Prioridade Portuguesa

Portugal foi o primeiro povo a expandir-se devido a várias razões:
  • A nível geográfico: apresenta uma costa extensa com bons portos naturais, era um dos reinos europeus mais próximos dos continentes africano e americano.
  • Relação com o mar: Portugal possuia marinheiros experientes devido à pesca, ao comércio e à prática de pirataria.
  • O Reino: encontrava-se em situação de paz, o que não acontecia com outros reinos, possuía uma sociedade dinâmica onde a burguesia era apoiada pelo Rei e era rico em conhecimentos e técnicas deixados por outras civilizações.
Instrumentos Náuticos

Os Portugueses como marinheiros experientes tiveram acesso a instrumentos náuticos indispensáveis a uma navegação que se baseava na observação dos astros - navegação astronómica. Para além de instrumentos de navegação, também nos foram deixadas técnicas que muito ajudaram os Portugueses no mar, como o uso de velas triangulares nas caravelas, permitindo bolinar (velejar com ventos contrários). Alguns dos instrumentos estão em baixo representados:
  • Astrolábio
  • Quadrante
  • Bússula
  • Balestilha
  • Caravela
  • Nau
  • Mapa portulano
 

Motivos da expansão



Vários foram os motivos que levaram os portugueses a possuir uma mentalidade de expansão.
Cada grupo social tinha os seus interesses na expansão:
- O Rei (na altura D.João I) queria reforçar a sua autoridade, recompensar os que o ajudaram e apoiaram na sua subida ao trono, ver resolvidos os problemas económicos que afectavam o reino e alcançar prestígio em relação aos outros reis da europa;
- O Clero via na expansão uma oportunidade para transmitir a fé cristã;
- A Nobreza queria alargar os seus Domínios a outras terras obtendo novos cargos e títulos;
- O Povo pretendia melhorar as suas condições de vida tornando-se colonos ou marinheiros. Por outro lado, os burgueses (que faziam parte do mesmo grupo social) queriam aumentar os seus lucros praticando o comércio aumentando em número os seus mercados e descobrindo novos produtos com que comerciar.



                          



Os Descobrimentos - o que foram?

Os Descobrimentos Portugueses começaram com a conquista de Ceuta em 1415 e estenderam-se até à primeira metade do século XVI. Tiveram como principal objectivo a expansão marítima e a resolução dos problemas económicos de Portugal, dos quais a falta de ouro, cereais e mão de obra.



Atenção: o vídeo aqui inserido é de autoria de cmej

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Objectivo do Blog

Nunca é tarde informar ao visitante do objectivo que levou à criação deste blog. Com este blog pretendemos dar a conhecer os aspectos mais importantes daquele que foi o período mais marcante da História de Portugal. Os Descobrimentos Portugueses impulsionaram Portugal para um estatuto de elevada importância e respeito que ainda hoje são relembrados. Vamos então começar a nossa viagem no tempo...